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EDITORIAL - De pulsar
Clóves Vettorato saiu pela tarde ensolarada num sábado cuiabano levando um amigo que o visitava. Rodou sem encontrar porta cultural aberta. Sonhador audacioso, Vettorato remoeu as entranhas. “Isso vai mudar!”; creio que pensou assim com seus botões.
Algum tempo depois Cuiabá recebia seu conjunto arquitetônico restaurado e reformado. A porta cultural que não se abriu ao amigo de Vettorato escancarava-se no Palácio da Instrução, que saiu dos escombros para virar vitrine graças aos recursos que sua reconstrução recebeu da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (AMPA).
Em 18 de abril de 2008, Vettorato perdeu a luta que travou contra um câncer pulmonar; fisicamente não está mais entre nós. No entanto, seu legado é palpável, tem sabor cultural, cheiro de memória, formato histórico e a magnitude da preservação das raízes da alma cuiabana.
No final de 2002, quando Vettorato se deparou com a situação que o levou a revolucionar o conjunto arquitetônico cuiabano, sua atenção estava totalmente voltada para a transição do governo de Rogério Salles para Blairo Maggi, sob sua responsabilidade a pedido de Blairo.
Ao comentar com um amigo sobre o “2º Leilão pela Vida”, o gaúcho radicado em Rondonópolis e secretário de Estado Clóves Felício Vettorato me veio à lembrança. Esse evento foi realizado pelo empresário e prefeito de Água Boa, Maurício Tonhá, dono da Estância Bahia Leilões, em suas instalações cuiabanas, na sexta-feira, com o objetivo de angariar recursos para manutenção do Hospital do Câncer do Estado, em Cuiabá, que atende pacientes até da Bolívia.
Cuiabá, Cuiabá! Cuiabá do palacianismo! Cuiabá dos contrastes sociais em meio ao poder e miséria, o que seria de ti sem os corações que se abrem para assegurar a amplitude do direito à dignidade humana de seus filhos nascidos ribeirinhos ou mundo afora?
Feliz é esta quase tricentenária cidade de Moreira Cabral, que em meio a tanto palacianismo público e federacionista encontra mãos firmes para ajudá-la nas travessias mais difíceis e penosas.
Ontem, com Vettorato; agora, com Maurício Tonhá. Sempre pelas mãos do universo na amplitudade da extraterritorialidade, Cuiabá segue sua trajetória permeada por causas - a exemplo dessa do Hospital do Câncer do Estado - que deveriam ser de todos.
A Cuiabá dos palácios é a mesma cidade frágil, injustificadamente carente, onde atitudes coerentes e atos humanitários iguais aos de Vettorato e Maurício Tonhá fazem seu coração pulsar.
Eduardo Gomes de Andrade
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